The Haunting (1999)


A CASA AMALDIÇOADA
The Haunting (1999)


Directed by Jan de Bont
Writing credits: Shirley Jackson (novel), David Self (screenplay).
-----------------------------------------------------------------
Download:
-----------------------------------------------------------------
Nota:
7,5
Thriller de humor sobre casa assombrada
-----------------------------------------------------------------
mais informações:
IMDB
-----------------------------------------------------------------


THE CAT. THE RABBIT. THE CASTLE.

Este filme é a prova de que vender gato por lebre não é uma boa.
As propagandas e material promocional levam a gente a pensar que ele é do gênero terror. E aí, depois de assisti-lo, percebe-se que não era nada disso.
Vamos falar a dura verdade: não é um filme de terror, é uma comédia!
E, todo mundo que não entendeu isso, deve ter achado um tédio ou ficado decepcionado.
Uma pena, visto que esta é uma das melhores homenagens William Castle já recebeu.

Diretor-produtor-escritor de cinema genial e desgraçado.
Mais um daqueles que não enriqueceram e nem viveram o glamour de Hollywood.
Também, era muito visionário (vulgo: meio doido).
Pensava que o cinema deveria atingir os outros sentidos humanos. O tato, olfato e paladar.
Criou um tipo de espetáculo cinematográfico (que dava nomes como “Percepto”), onde colocava seu público em contato com o filme... e outras intervenções no momento de exibição.
Contratava pessoas para invadirem a sala de exibição, fantasiadas de monstros ou outro personagem.
Espalhava essências aromáticas no sistema de ventilação do cinema para que o público “cheirasse as cenas”.
Em seu filme mais genial, FORÇA DIABÓLICA (The Tingler - 1959), dava choque nos espectadores através de eletrodos anteriormente escondidos nas poltronas.
Isso tudo sem que a platéia soubesse de nada.

Todo este aparato fazia parte de sua ideologia de interação homem/obra.
Aliás, hoje em dia muito difundida no teatro contemporâneo, só que com uma abordagem e temas mais sérios.

No caso de Castle,  uma tentativa inovadora e “rupestre” de alcançar o que deseja a realidade virtual nos dias de hoje.

Enfim, seus filmes são levíssimos.
Mesmo quando tem gente morta, ou monstro, ou coisa.
Nada vai te machucar realmente, é só brincadeira.
E, geralmente, tinham excelentes roteiros. O que deixava tudo mais ótimo.



William Castle ainda inspira uma parte significativa de filmes atuais. Tanto no gênero terror, quanto em suspense e comédia.

Cito e comento alguns aqui embaixo.
A CASA DOS MAUS ESPÍRITOS (House on Haunted Hill, 1959).
Neste original, pessoas são convidadas a passar uma noite numa casa assombrada em troca de um prêmio de muitos dólares para quem sobreviver.
Quem propõe a brincadeira é um bilionário com problemas matrimoniais.

Esta trama rendeu em 1999 duas refilmagens: The Haunting (1999), o motivo deste texto.

E outro, homônimo ao de Castle, foi lançado no Brasil como A CASA NA COLINA (House on Haunted Hill - 1999), dirigido por William Malone. Tinha Ali Larter como principal seguida de Geoffrey Rush, mais a Jean Grey dos X-MEN, Famke Janssen e o bonachão Peter Gallagher O. C. Inc.

A CASA NA COLINA do Malone é suspense/terror/ação e tem pouca comédia.

A CASA AMALDIÇOADA de Bont é mais de suspense/comedia/terror e tem pouca ação. É exatamente na comédia que THE HAUNTING fica mais próximo do estilo “Percepto” de se fazer cinema.


Outra película que já bebeu desta fonte foi OS SETE SUSPEITOS (Clue, de Jonathan Lynn - 1985). Divertidíssimo. Uma brincadeira com o jogo DETETIVE onde os personagens, armas de assassinato e cômodos da casa são os conhecidos, mas o final é variado (existe mais de 1 final).
Srta. Branca, Cel. Mostarda, candelabro, cozinha, corda, etc.
Com atores maravilhosos e Tim Curry inspirado de mordomo, o personagem principal.
Nos anos 80 passava na “Sessão da tarde” da rede Globo.


Mais um filho de House on Haunted Hill, é o próprio JOGOS MORTAIS (Saw, de James Wan - 2004) e suas purgações JOGOS MORTAIS 2, 3 e 4 (Saw II, 2005; Saw III, 2006; Saw IV, 2007) advindas da bunda de Darren Lynn Bousman.
É claro, que guardadas as devidas diferenças de ordem conceitual do “Percepto” para os “Saws”.


Em 1965, Castle fez EU VI QUE FOI VOCÊ (I Saw What You Did) que rendeu:
Entre muitos outros, ele produziu O BEBÊ DE ROSEMARY (Rosemary's Baby - 1968) de Roman Polanski.

Enfim, mais e mais.
Venderam gato por lebre pro Castle.
Fizeram uma propaganda do filme como se fosse um de dar medo. E na verdade era um parque de diversão, com carrossel e tudo.
O personagem principal era a casa mesmo, gente. O cenário. O trem fantasma.

Alguém notou?


Nenhum comentário:

Postar um comentário